Decisão do STF descaracteriza verdadeiro significado de família, diz Dom Petrini

Ainda que a Igreja respeita aos poderes públicos, atribuir a palavra “família” para as uniões homossexuais descaracteriza o verdadeiro significado da célula base da sociedade, disse hoje Dom João Carlos Petrini, Bispo da Diocese de Camaraçi.

O Prelado, que é membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família e diretor do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família no Brasil, advertiu que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer as uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, e sua correspondente equiparação à família, trará mudanças radicais na sociedade.

“A família é outra realidade, tem outro fundamento, se move dentro de outro horizonte e esperamos que seja mantida esta distinção; assim como seria estranho uma pessoa que usasse um jaleco branco fosse chamada de médico, mas não é médico enquanto não tiver certos atributos para poder exercitar a medicina, da mesma forma é estranho também chamar qualquer tipo de união de casamento só porque duas pessoas decidiram morar embaixo do mesmo teto”, disse.

Questionado por jornalistas na quotidiana coletiva de imprensa oferecida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reunida em Assembléia Geral no Santuário de Aparecida, afirmou que o assunto não faz parte da pauta reunião.

Porem, ante a insistência de jornalistas adiantou que, a Igreja vai permanecer fiel àquilo que é reconhecido como um desígnio de Deus sobre a pessoa e a família, "não vamos dar início a nenhuma cruzada, mas vamos defender a família", com suas caraterísticas originarias.

Pois, a família nascida do matrimônio entre um homem e uma mulher, "não é uma elaboração posterior da parte das culturas humanas, talvez não avaliamos a importância da mudança que está sendo introduzida estes dias que não é um pormenor da vida", disse.

Afirmou que cuidar da família é uma prioridade para a Igreja, "nós queremos ajudar [às pessoas] a viverem em plenitude numa família monogâmica e indissolúvel”.

Com informação do Serviço Informativo da CNBB.