Mais de um milhão de pessoas participaram hoje, dia 1º de maio, da beatificação de João Paulo II, uma das maiores da história da Igreja. O evento histórico não tem precedente, já que nos últimos mil anos nenhum papa proclamou seu antecessor como beato.
Foi chamado de "gigante" pelo Papa Bento XVI, seu sucessor, que comemorou o resgate da esperança feito pelo Papa das mãos do comunismo.
Ao entrar na Praça de São Pedro, o papa Bento XVI foi acolhido pela multidão que o saudou em sua passagem com o papa-móvel. A cerimônia começou com o pedido formal de beatificação feito pelo cardeal Agostino Vallini, vigário-geral do papa para a diocese de Roma, que leu também a biografia de João Paulo II. Ao seu lado, estava o postulador da causa, monsenhor Sławomir Oder.
Em seguida, Bento XVI recitou fórmula de beatificação em latim, fazendo o anúncio da data da festa litúrgica em 22 de outubro, (dia da primeira missa de seu pontificado) e foi mostrada uma grande foto que retrata Karol Wojtyla, em 1995. A partir daquele momento, a Igreja católica ganhou um novo beato: o bem-aventurado João Paulo II.
Bento 16 fez uma reflexão sobre o Papa como um dos responsáveis pelo fim do comunismo no Leste Europeu, ao incentivar a oposição sindical de sua Polônia natal -o líder daquele movimento, Lech Walesa, era convidado de honra ontem.
Disse que Karol Wojtyla tornou-se pontífice em 1978 "trazendo consigo a sua reflexão profunda sobre a confrontação entre o marxismo e o cristianismo, centrada no homem".
"Foi o guia do povo de Deus ao cruzar o limiar do terceiro milênio. Aquela carga de esperança que de certo modo fora cedida ao marxismo e à ideologia do progresso João Paulo II legitimamente reivindicou-a para o cristianismo", explicou.
Lembrando das célebres palavras do antecessor em sua posse ("Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo"), o Pontífice disse: "[Ele] abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e econômicos, invertendo, com a força de um gigante -força que vinha de Deus-, uma tendência que parecia irreversível".
“Hoje diante dos nossos olhos brilha, na plena luz de Cristo ressuscitado, a amada e venerada figura de João Paulo II. Hoje, o seu nome junta-se à série dos Santos e Beatos que ele mesmo proclamou durante os seus quase 27 anos de pontificado, lembrando com vigor a vocação universal à medida alta da vida cristã, à santidade”, afirmou.
Com informação de Radio Vaticano e da Folha de São Paulo.