Unidade exige dos Bispos falar com clareza contra a Cultura da Morte

Ao discursar no dia 9 de outubro passado no World Prayer Congress for Life, realizado no Instituto Patristico "Augustinianum" de Roma, o Arcebispo Raymond Leo Burke afirmou que a verdadeira unidade da Igreja exige dos Pastores um ensinamento claro no que diz respeito ao aborto e à união civil homossexual. Também advertiu que os políticos católicos que apóiam o aborto devem arrepender-se publicamente. Recebeu aplausos.

Dirigindo-se a líderes pró-vida de 45 nações, o Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica também observou que os católicos dissidentes que reconhecem o escândalo causado em público devem reparar o grave mal feito à Igreja, porém, sem serem ridicularizados.

Em sua exposição "A ortodoxia católica, um remédio contra à Cultura da Morte", o Arcebispo, que será criado cardeal no próximo Consistório, na véspera da festividade de Cristo Rei, sublinhou que “tanto os Bispos quanto os fiéis” devem ser obedientes ao Magistério, que ele descreveu como o ensinamento de Cristo transmitido para o povo através do sucessor de Pedro e pelos Bispos em união com ele.

“Quando os pastores do rebanho são obedientes ao Magistério, a eles confiado, então, certamente, os membros do rebanho crescem na obediência e avançam junto com Cristo pelo caminho da salvação... se o pastor não é obediente, facilmente se introduz a confusão e o erro no rebanho”, disse.

O também membro da Congregação para os Bispos, acrescentou: “O mais trágico exemplo de falta de obediência na fé, inclusive por parte de certos Bispos, foi a resposta de muitos à Carta Encíclica Humanae Vitae do Papa Paulo VI, publicada em 25 de julho de 1968. A confusão que resultante induziu muitos católicos em costumes pecaminosos em matérias relativas à procriação e à educação da vida humana”.

“A Humanae Vitae reafirmou o imemorial ensino cristão sobre a imoralidade do uso de contracepção artificial. No entanto, após sua publicação a encíclica foi repudiada por muitas pessoas dentro da Igreja Católica, incluindo padres e bispos, que tinham acreditado que a Igreja mudaria sua posição sobre a contracepção”, explicou.

E advertiu que dentro da Igreja "encontramos auto-proclamados católicos, por exemplo, que sustentam e apóiam o direito da mulher a provocar a morte do bebê em seu ventre, ou o direito de duas pessoas do mesmo sexo a serem reconhecidas pelo Estado em pé de igualdade com o homem e a mulher que contraíram casamento. Não é possível ser católico praticante e agir publicamente desta forma”.

Em meio a estrondosos aplausos o arcebispo Burke indicou: “quando uma pessoa defendeu publicamente e colaborou com graves atos pecaminosos, levando muitos à confusão e ao erro em questões fundamentais que dizem respeito à vida humana e à integridade do matrimônio e da família, o seu arrependimento também deve ser público”.

O Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, expressou sua preocupação pela "ironia da atual situação" na qual as pessoas que denunciam o escândalo provocado por ações públicas gravemente pecaminosas praticadas por colegas católicos passam a ser acusadas de falta de caridade e de causar divisão no seio da unidade da Igreja.

“A gente vê a mão do pai da mentira agindo por trás deste menosprezo da gravidade do escândalo ou no ridículo em que são postos aqueles que denunciam o escândalo”, disse.

Sublinhou que mentir ou não dizer a verdade jamais é sinal de caridade. “A unidade que não se fundamenta na verdade da lei moral não é unidade da Igreja. A unidade da Igreja está fundada na profissão da verdade com amor”.

E lembrou que a pessoa que denuncia o escândalo provocado por católicos com ações públicas gravemente contrárias à lei moral, "não só não destrói a unidade da Igreja, mas convida a reparar o que é claramente uma violação grave da vida eclesial... se não denunciasse o escândalo que consiste no apoio público aos atentados contra a vida humana e a família, a consciência do católico estaria sendo deformada ou entorpecida a respeito das mais sagradas realidades”.

Voto Católico | Belo Horizonte.
26 de outubro de 2010.

Com informações da agência canadense LifeSiteNews, com tradução do IPCO.