A candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência da República, Dilma Rousseff, perdeu cerca de 6 milhões de votos nas duas últimas semanas, segundo indica uma análise feita pelo jornalista Fernando Canzian, publicada hoje na Folha de São Paulo. Os dados foram calculados a partir dos resultados das últimas pesquisas de intenção de voto da empresa Datafolha. A diferença da petista para a soma de todos os seus adversários caiu de 14 pontos percentuais para apenas 2, abrindo maiores possibilidades de um segundo turno.
Segundo o próprio jornal, o PT identificou três motivos para a queda: o caso de corrupção da ex-ministra Erenice Guerra, o clima de "já ganhou", e a difusão virtual de "boatos" entre católicos e evangélicos de que Dilma aprova o aborto e o "casamento" homossexual. A materia do jornal utiliza a palavra "boato", tomada diretamente das declarações de petistas do comando da campanha; para eles seria mentira que o PT e sua candidata apóiem o assassinato de nascituros e a equiparação da união civil entre pessoas do mesmo sexo ao matrimônio.
Porém, isso contrasta com a realidade. Não são "boatos". Como denunciado corajosamente por alguns dos nossos bispos, o governo do PT tem tentado levar à frente políticas públicas favoráveis ao aborto e à legalização da união homoafetiva. O Plano Nacional de Direitos Humanos 3, assinado pelo Presidente é uma das várias tentativas. O próprio programa de governo da candidata defende esses itens com diversos eufemismos. Agora o discurso mudou.
A preocupação da equipe de campanha chegou a tal ponto que hoje Dilma Rousseff encontrou-se com 24 supostos representantes da Igreja Católica (nenhum bispo) e de comunidades evangélicas, além de estar sendo divulgado um video no qual o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva "desmente" os "boatos"; segundo o Presidente, em seu governo houve "mais liberdade religiosa... mais respeito à vida".
Então, mentem nossos bispos? Os fatos por eles enumerados no Apelo aos brasileiros e às brasileiras são inventados?
Não, senhor Presidente;
Não, senhora Candidata,
Nossos Bispos não mentem.
Os editores.