Critérios para Votar

A eleição presidencial deste 31 de outubro, representa para nós católicos, uma difícil escolha moral. Os candidatos que concorrem têm algumas convicções que contrariam a lei natural e a lei de Deus. Em circunstancias ordinárias  não poderíamos votar neles. Porem a situação que vivemos hoje não está no campo da normalidade. Aliás, a situação é semelhante no mundo inteiro. O Ocidente passa por um processo de auto-degradação; a democracia liberal virou um fetiche praticamente inquestionável sob qualquer aspecto; países outrora católicos abandonaram os princípios cristãos e até os princípios da ordem natural, o católico brasileiro hoje encontra-se diante do seguinte dilema, votar aplicando a doutrina do mal menor, anular o voto ou se omitir.

O recente discurso do Papa aos Bispos do Regional Nordeste 5, ilumina extraordinariamente este momento: 
"O dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural [...] Deus deve encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política".
"Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático - que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana - é atraiçoado nas suas bases [...] Em determinadas ocasiões, os Pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum".
Caros amigos, escutando ao Santo Padre, lhes convidamos a não perder a esperança, a não se omitir nem anular o voto, pois isto só ajuda ao Partido que é programaticamente em favor da Cultura da Morte, como o Rev. Pe. Loidi já explicou. Lhes invitamos a votar fazendo uso do principio do mal menor e, ao mesmo tempo, a se comprometer a trabalhar para limitar os efeitos negativos dessa escolha, e sobretudo, a lutar para que a ordem natural seja respeitada e que Cristo possa reinar na Terra da Santa Cruz.


CINCO PASSOS PARA VOTAR

1. Decidir realizar seu sufrágio de maneira responsável e consciente.

2. Valorar quais partidos e candidatos respaldam os princípios irrenunciáveis que a Igreja nos pede defender. Especialmente o direito à vida e à família constituída sobre o matrimonio de um homem e uma mulher. Se nenhum partido ou candidato o faz plenamente, então, discernir, qual representa uma ameaça menor á vivência pública de ditos princípios.

3. Verificar que o candidato que elegi não tenha histórico de corrupção. Se todos os candidatos tem fatos de corrupção no seu histórico, valorar a gravidade dos mesmos e que tão institucionais ou sistemáticos foram.

4. Votar, no dia da eleição, garantindo que seu voto seja livre, orientado ao Bem Comum e não pautado por motivos egoístas ou de conveniência particular.

5. Assumir o compromisso de que sua responsabilidade cívica não se limite ao voto.

DEZ PRINCÍPIOS IRRENUNCIÁVEIS NA HORA DE CONSIDERAR EM QUEM VOTAR

1. Respeito à vida humana em todas as suas etapas, desde a fecundação até o declínio natural.

2. Defesa da família fundada no matrimônio, união de um homem e uma mulher, caraterizada por ser monogâmica, indissolúvel, complementaria e aberta à vida .

3. Respeito à liberdade religiosa e de consciência, entendidas como o direito de todo homem de render culto privado e público a Deus segundo sua reta razão.

4. Defesa da liberdade de educação, pela qual os pais podem oferecer a seus filhos formação dentro do lar e aceder a instituições que colaborem harmoniosamente com eles na oferta de instrução formal.

5. Considerar o poder político como um serviço que leva a procurar e realizar o bem comum acima do interesse e benefício particular.

6. Promoção das pessoas mais pobres da comunidade, garantindo-lhes ao menos oportunidades de desenvolvimento e  condições dignas de vida.

7. Defesa do direito de todo cidadão a ter um trabalho digno, com remuneração familiar, e com justa participação nas utilidades da empresa da que forma parte.

8. Respeito à liberdade de iniciativa econômica sem regulações excessivas por parte do Estado, garantindo o acesso à propriedade, com sua conseqüente co-responsabilidade com os deveres de justiça social.

9. Respeito à liberdade de expressão e de de imprensa, dentro do marco do respeito à Verdade, à fama dos particulares e ao exercício ético da geração e divulgação de informação e opinião.

10. Promoção de uma adequada relação entre a Igreja e o Estado, caraterizada pelo respeito e a mútua colaboração, reconhecendo a justa atribuição que a Igreja tem de formar a consciência dos seus fieis.